Prêmio de US$ 3 milhões para a detecção de ondas gravitacionais


O Prêmio Avançado Especial em Física Fundamental foi concedido em 2016 pela “detecção de ondas gravitacionais 100 anos depois de Albert Einstein prever sua existência”.

Cada cientista da colaboração LIGO, autor do paper publicado na Physical Review Letters, foi premiado com uma linda medalha (veja a foto abaixo).

Medalha recebida por cada cientista da colaboração LIGO, que participou da autoria do artigo científico da descoberta.
Foto: Elvis Ferreira.

Além da medalha, o prêmio de US$ 3 milhões foi compartilhado entre os fundadores do LIGO, Ronald W. P. Drever, Kip S. Thorne e Rainer Weiss, e os 1012 (cientistas, engenheiros, estudantes, etc) que contribuíram para a descoberta.

Dentre os premiados, encontramos os brasileiros, cientistas do INPE, Dr. Odylio Denys de Aguiar, Dr. César Costa, Dr. Márcio Constancio Jr, Me. Elvis Ferreira (atualmente no LIGO Avançado de Livingston), e Allan Silva, além do cientista estrangeiro que está em Natal-RN, Dr. Ricardo Sturani.

Essa notícia da premiação pode não ser nova, mas a sua divulgação é, no meu ponto de vista, muito importante, pois esta é mais uma confirmação de que a ciência brasileira é muito relevante no cenário mundial. Devemos ter orgulho de fazer parte desta descoberta. E não parar de investir em nossa ciência!

O anúncio da primeira detecção de ondas gravitacionais, com participação brasileira, feito em 11 de fevereiro de 2016, se tornou um marco histórico, inaugurando a astronomia de ondas gravitacionais.

O que são ondas gravitacionais?

Ondas gravitacionais são deformações no “tecido” do espaço-tempo, que se propagam na velocidade da luz, segundo a teoria da relatividade geral. Elas podem ser causadas por massas aceleradas, tais como buracos negros em sistemas binários próximo a fusão.

O sinal da fusão de dois buracos negros foi detectado pelos dois interferômetros LIGO, em suas versões avançadas, em 14 de setembro de 2015. 

As ondas gravitacionais carregam informações importantes sobre os sistemas que as geram. Usando os detectores, como o LIGO avançado, é possível determinar, com alguma precisão, as características da fonte. E, assim, revelar informações inétidas sobre o universo. 

Inéditas, pois as ondas gravitacionais possuem um espectro distinto do espectro eletromagnético (que consiste nas radiações como a luz visível, ultravioleta, raios-x, raios gama, infravermelho, ondas de rádio, micro-ondas, etc.).

Antes da detecção das ondas gravitacionais só era possível estudar o universo através do espectro eletromagnético, além de neutrinos. É como se antes só pudéssemos ver uma parte Universo, e agora podemos também ouvi-lo.

Com mais detecções nós poderemos saber mais sobre, por exemplo, campos gravitacionais fortes, oscilações e rotações de buracos negros, sistemas binários compactos (pares de estrelas de nêutrons e buracos negros), polarização das ondas gravitacionais, velocidade de propagação da onda, população e distribuição de corpos compactos no universo, sobre a formação e expansão do universo e fenômenos ainda não previstos.

Até agora, o LIGO avançado confirmou a detecção de quatro colisões de pares de buracos negros distintas, uma das quais foi realizada juntamente com o detector Virgo. Ficou confirmada que a técnica de interferometria laser, que é usada pelos detectores LIGO, Virgo (na Itália) e Kagra (Japão), é capaz observar ondas gravitacionais. O detector Virgo funcionou coincidentemente com os detectores LIGO durante a fase final da segunda corrida observacional. O detector Kagra poderá entrar em operação em breve.

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